Teoria de Amar

Ter uma relação séria não é construir um castelo na praia ou escrever um nome na areia. O vento ou a água do mar passam e levam tudo. Não é uma árvore no Outono, carregada de folhas secas que à força de um sopro se espalham no chão e a deixam totalmente despida. Pronta para que lhe nasçam bonitas folhas verdes novamente. Não é como um lago. Que mesmo depois de muita agitação imposta pela esteira dos barcos ou pelas ondas dos mergulhos dos sapos se volta a compor, tranquilo e quieto, como se nada se tivesse passado. Não é tudo assim tão simples. A meu ver é mais parecido com um ferido de guerra, cujas cicatrizes, provocadas por cortes de balas quentes e lâminas frias se mantêm por anos ou, na maioria dos casos, nem sequer chegam a desaparecer, por muito escondidas ou disfarçadas que tentemos torna-las aos olhos dos outros. Amar leva muito tempo e esquecer então, leva muito mais. Não sou nenhum Fernando Pessoa, bem o queria ser, para conseguir exprimir bem o que sinto ou o que finjo sentir. Também não sou um Camões, para dar uma definição deliciosa, quase perfeita, do que é o amor ou do quer é amor. Infelizmente, não sou. Sei que todos somos diferentes uns dos outros mas… Vivo numa época demasiada avançada para mim, certos princípios e sentimentos não são tão verdadeiros para a maioria das pessoas como são para mim. Mentalidades avançadas e despreocupadas. Sim nesse aspecto sou um completo atrasado. Peço desculpa a mim próprio e a todos, mas ainda não sei o que é paixão, nem o que é amor e muito menos o que é amar. Pensei estar no caminho certo, sentia estar perto, mas no fim são tudo ilusões. Vou continuar a tentar descobrir, com vontade de desistir, mas quem sabe neste mundo tão avançado, um dia não descubro aquilo que tenho procurado.

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