Dúvidas Repentinas

Andávamos nisto à dois dias. Decidi convida-la para jantar comigo, na marina.

De início receei que ela não pudesse ou não quisesse, podia ter trabalho ou assim, mas tive sorte naquele dia não tinha nada de importante.
Ainda sentia uma pontinha de nervos vir de ambas as partes, afinal conhecíamo-nos à muito pouco tempo. Apesar de tudo, o passeio até ao restaurante e o jantar em si relaxaram-nos. No fim paguei a conta e saímos, em direcção a uns bancos que existiam ali perto, numa zona verde com uns canteiros e um riacho pelo meio.
Conversamos por algum tempo e a certo momento era perfeito. Passou-se então um silêncio e nesse silêncio fiquei em dúvida se a beijava ou não, ela entretanto adiantou-se, e aproximou-se devagar dos meus olhos pelo que a pouco e pouco percebi que ela me queria mesmo beijar.
Sorri interiormente e pensei para mim:
-“Sentimos o mesmo…”
No entanto parei-lhe o movimento do corpo com a força das mãos e braços e olhei muito sério para ela, olhos nos olhos.
– Rosa, estamos a andar muito depressa e eu não me sinto bem – disse.
E coitada, ficou muito séria durante uns segundos e curvou um pouco a cabeça para baixo.
Coloquei-lhe a minha mão por debaixo do queixo e fiz com que me voltasse a olhar nos olhos. Tinha um brilho nos cantos dos olhos que ameaçavam lágrimas e um olhar tão doce e tristonho que me arrependi profundamente de brincar tão injustamente com a situação. Dei-lhe um beijo na testa e coloquei os meus olhos ao nível dos dela, sorri e disse muito devagar:
-Não és tu quem toma essas iniciativas, sou eu – e ao mesmo tempo que terminei a frase mordi-lhe a pontinha do nariz sem fazer força e sem magoar.
Vi duas lágrimas pequeninas deslizarem-lhe pelo rosto e um sorriso livre e sincero surgir-lhe na face. Aproximei-me por fim e os nossos lábios uniram-se então finalmente…

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